sábado, 13 de junho de 2009

O Otelo Brasileiro de Machado de Assis




Interessante que o paralelismo entre o personagem Bentinho de "Dom Casmurro"(1899) de Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 - Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) e Otelo de Shakespeare , já era pensada pela norte-americana Helen Caldwell em sua obra de 1960, traduzida para o português em 2002.

Assim, construía-se uma perspectiva diferenciada de leitura deste romance que marca a história do século 20 e da literatura brasileira, quando antigamente somente tendia-se a uma perspectiva de leitura da traição de Capitu como único sentido da obra, partia-se para a compreensão de que a genialidade machadiana estava na impossibilidade de determinar uma sentença sobre a traição na obra, a verdade que remanesce é a inexistência de verdade ou possibilidade de provar, pela obra, a infidelidade de Capitu.

Talvez nisto, Machado de Assis se eternizou como gênio. Na incerteza da certeza, na insuficiência da existência como mecanismo de explicação e evidência da realidade.

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